Era comum o meu fusca azul, cortado ao meio, cheio de poemas por toda à parte, ser visto nos bares de Teresina e de outras plagas. Eu não bebia nada. Até porque eu precisava estar sóbrio para levar o seu Victor Gonçalves Neto pelas Europas e Bahia, com ele dizia. Numa destas viagens, no meio de uma estrada que não não levava e nem trazia uma viva alma, faltou gasolina no velho fusca. Como o seu Victor Gonçalves Neto bebia muito, sempre estávamos com bom estoque de cerveja no fusquinha. Com muita pena, ele, depois de mil discussões, resolveu liberar umas garrafas para encher o tanque do carro. Foi assim que chegamos a Jequié, município brasileiro do Estado da Bahia. Está a 365 km de Salvador, no sudoeste da Bahia, na zona limítrofe entre a caatinga e a zona da mata. Na época, o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ, meu amigo Armando Sobral Rollemberg, estava lá fazendo palestra no Encontro de Jornalistas de Jequié. Como eu e o saudoso Victor Gonçalves Neto somos jornalistas, também, na mesma hora fomos convidados para participar do referido evento. O pagamento foi repor as garrafas de cerveja do seu Victor Gonçalves Neto e encher o tanque do fusca azul com o devido produto original. O pior é que, o fusca azul passou a rejeitá-lo. Andava um metro e emperrava. O seu Victor Gonçalves Neto falou: - "Meu caro Kenard Kruel, lascou, porque agora o bicho ficou viciado e da minha cerveja ele não bebe mais não. Ato contínuo, desceu do fusca azul e pegou carona com o Armando Rollemberg, que ia de volta para Brasília, onde reside até hoje. Só vim saber do seu Victor Gonçalves Neto anos depois por ocasião do falecimento dele em Caxias (MA). Confirma, Jorge Bastiani? (Arte do amigo cartunista Pernambucano Carlos Araújo).
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