terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Adrião Neto, escritor

Como presente de aniversário, acabo de receber, via correios, o original da minha caricatura enviada pelo artista plástico, cartunista e design gráfico Carlos Araújo. — com Adrião Neto

domingo, 17 de dezembro de 2017

Marcelo Magon cartoon

Ainda na ressaca de ontem, mas tá aí o registro do desenho enviado pelo amigo Carlos Araújo. Muito obrigado amigon!adorei! Sucesso sempre! — comMagon Cartoon (marca solicitada).Marcelo Magon Valeu brother! Desenho do mestre Carlos Araújo

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Adrião Neto, escritor

"PRESENTE DE NATAL
Esta caricatura é o presente de Natal, que ganhei do genial ilustrador artístico Carlos Araújo, da cidade histórica de Olinda, a quem agradeço de coração e apresento meus votos de Feliz Natal e um venturoso 2018".
Adrião Neto

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Jornal do Boteco Kenardiano

Kenard Kruel Fagundes 3 de dezembro às 13:22 ·  Victor Gonçalves Neto, jornalista e poeta, tinha residência em Caxias (MA), onde mantinha um jornal, para denunciar os podres dos podres poderes, e preocupar a família, pois amava viajar pelo mundo, como ele dizia: Europa, Brasil, Bahia, Caxias, principalmente se fosse no meu fusca azul, conversível, ferrolho de portão. Por uns tempos, deu de morar com uns índios no Xingu. Voltou falando latim e várias línguas e dialetos indígenas. Quando vinha a Teresina, hospedava-se na casa de dona Arminda Ramos, viúva do grande amigo dele Dr. Raimundo Ramos, dono da Gráfica Ramos, do Jornal de Teresina e de uma ironia sem igual. O Dr. Raimundo Ramos era quem fornecia, muitas vezes sem pagamento, o papel para o jornal O Pioneiro, de Victor Gonçalves Neto, que era muito paparicado pelos filhos do casal - Dr. Raimundo e Arminda Ramos - músicos Garibaldi Ramos, Ramsés (de saudosa memória), Carla Ramos e Renzo Ramos. Não sei o que ele tinha com o senhor João Claudino, dono do Armazém Paraíba. Todas às vezes ele passava lá, sem ser anunciado, nem nada, entrava sala adentro e saia com um pacote de dinheiro, que ele nem tinha trabalho de contar. Dava para as necessidades imediatas. Então, ele me olhava e dizia a frase preferida dele, dedo em riste: Meu jovem Kenard Kruel, toque pra frente, mas, quando avistar um boteco, pare nele". Numa viagem de meia hora, nós passávamos uma semana ou mais para chegar ao lugar. Uma feita, saímos de Teresina para Caxias. Chegamos em tempo breve de 15 dias, quando a viagem normal não dura quarenta minutos. Em todos os bares ele parava para tomar uma cerveja. Nunca andava sem um cigarro numa mão e um copo de cerveja na outra. Muito amigo do presidente José Sarney, por uns tempos foi quem escreveu os discursos e, dizem, os melhores títulos do escritor membro da Academia Brasileira de Letras. Em retribuição, o presidente José Sarney o nomeou, de Decreto no Diário Oficial, e tudo mais, com carteira assinada, Assessor Poético da Presidência da República do Brasil. Ele morava em Caxias, de um lado, vizinho ao depósito da Brahma, e do outro, vizinho ao depósito da Antártica. Justificava: medo de um dia acordar e não ter cerveja para ele beber. Quando ele faleceu, o velório encheu-se de curiosos, principalmente os políticos da região, que permaneceram até o último minuto do enterro. Queriam ver, com os próprios olhos, se ele tinha morrido e se enterrado mesmo, o pena sem pena, que fazia deles, políticos, alvos das mais ácidas críticas. Nós jogamos várias garrafas de cerveja no túmulo dele. De quando em vez, o coveiro pega um malandro desterrando umas garrafas. Com fé, esperança e amor. (Arte do genial cartunista pernambucano, de Recife, Carlos Araújo).

Lula no Piauí

Kenard Kruel Fagundes: No começo da fundação do Partido dos Trabalhadores, Albert Piauhy era um dos mais aguerridos tarefeiros. Era pau para toda obra. Dava conta das reuniões em Teresina e, de ônibus, carona, jegue, canoa, qualquer transporte que fosse pegava a estrada para pregar a boa nova pelo interior do Piauí. Poderia ter feito carreira como Pastor. Lula estava para morar em Teresina, de tanto vir à cidade. Mas, sempre que vinha, fazia dois pedidos, que eu fosse buscá-lo no aeroporto no meu fusca azul, conversível, cheio de poemas e com ferrolho de portão nas portas, e que andasse com ele, para cima e para baixo. E, não esquecesse a companhia do Albert Piauí. Lula tinha uma coisa com o Albert Piauhy que eu não sabia o que era. Os dois eram unha e carne. Fiquei de tocaia. Iria descobrir que raparigagem era aquela. Até que um dia, fomos fazer um palestra para o povo, no meio da praça pública de uma cidade do interior do Piauí. Fomos de ônibus. Não era muita gente, mas não cabia todo mundo no fusca azul. Era o começo do PT. Se fosse numa Kombi caberia. Lula e mais alguns companheiros sentaram-se nos bancos da frente. Eu e Albert Piauhy fomos para os bancos do fundo. Mal o ônibus deu a partida, Albert Piauhy abriu a boca da mochila, que carregava como se fosse a Helena de Troia. Tirou uma garrada de cachaça Mangueira. Meteu os dentes na rolha, puxou, abriu e o cheiro de espalhou pelo veículo, indo dar direto no nariz do Lula que, sem a menor cerimônia, deixou o papo que levava com os companheiros da frente e veio correndo para onde estávamos. Pediu uma dose, mais uma, mais outra e outras. Albert Piauhy sempre viajava abastecido de, no mínimo, dez garrafas de Mangueira. Ele e Lula tomaram as dez garrafas de Mangueira no percurso da viagem. Ele ficou inteiro, Lula, aprendiz de Mangueira, ficou, literalmente, uma mangueira derretida pelo solzão brabo do Piauí. Chegamos. Eu seguei o suvaco esquerdo do Lula e o Albert Piauhy o suvaco direito do Lula. O levamos até o palco, um caminhão caindo os pedaços, numa praça com meia dúzia de pessoas. Lula, como se tivesse falando para 500 mil pessoas nas portas das fábricas do ABC paulista, agigantou-se, nem parecia que tinha tomado todas, fez um discurso, como sempre, memorável. Dizer que foi aplaudido de pé seria redundância, porque as pessoas já estavam de pé. Na volta, eu via o Lula olhando para o Albert Piauhy, piscando o olho. Albert Piauhy fazendo o sinal com os dedos para baixo. Eu vi a cara de tristeza do Lula. E de zanga do Albert Piauhy. A final, Lula tinha zerado o estoque dele, da viagem de ida e volta. Mas, eles não contavam com a minha astúcia: como eu sabia que o Albert Piauhy gostava de uma Mangueira, estava com um estoque de cinco garrafas de Mangueira na minha mochila. Foi ai que o Lula disse: - "É, companheiros, somos Três Mosqueteiros". O quarto passou a ser o poeta William Melo Soares, que não mais se afastou de nós três. (Arte do genial cartunista pernambucano, de Recife, Carlos Araújo).

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Ramsés Ramos

Kenard Kruel Fagundes ·  Meu lendário fusca azul, conversível, ferrolho de portão, poderia ser inconveniente no período de chuva, se os passageiros não fossem todos loucos como o poeta e músico Ramsés Ramos, de saudosa memória. Este, o mais louco de todos. Como diz Torquato Neto: cada louco é um Exército. Um dia, ele, o comandante Ramsés Ramos, raptou o fusca azul e levou para o Mercado do Mafuá, em Teresina, onde, com a cumplicidade do parceiro dele, o artista plástico Cicero Manoel, dono do Espaço Cultural São Francisco, o menor do mundo, botou poemas por todo o corpo do fusca azul. Ficou lindo, divino, maravilhoso. Ramsés Ramos, pianista internacional, adorava sair pelas ruas de Teresina, no fusca azul, principalmente quando chovia. - "Kenard Kruel, não se atrase, eu tenho que tocar no Theatro 4 de Setembro, e já estou de sombrinha em punho, esperando por você e, claro, o fusca azul na porta de minha residência". E lá ia eu buscá-lo para levá-lo para o Theatro 4 de Setembro e outros espaços de apresentação, com ele, vibrando, de sombrinha, em punho, pelas ruas da cidade, com menos ou mais chuva. Não se importava de chegar molhado. Na bolsa de trabalho, uma muda de roupa, sequinha, o esperava, para a ida e para a vinda, quando chegava em sua residência. Dona Arminda, como toda boa mãe, morreria se visse o amado filho chegando molhado que nem galo que acompanha pato, no dizer do delegado Jorginho (sim, eu posso chamá-lo de Jorginho, Renata Pitta, pois joguei peteca com ele, tomei banho de rios Poti e Parnaíba com ele e comi muita mãe de vaca com ele na Maria Tabaco de Sola, no Mafuá), para os não íntimos Dr. Jorge (agora, com canudo e tudo de Direito). Bons temos, do fusca azul. Fiquem de tocaia, que novas histórias irão ser contadas, com ajuda do Carlos Araújo, este artista genial pernambucano, de Recife. Com fé, esperança e amor.